quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Bondade ou prepotência?

Outro dia, enquanto falava com minha psico sobre o como eu gostaria de ajudar um amigo que estava em uma situação muito difícil e como eu, na verdade, conseguia enxergar a solução mas não conseguia expor isso de forma clara pra esse amigo, ela retrucou:

-Ah, prepotência também não, né?

Não preciso dizer o quanto fiquei ofendida e, em resumo, fula da vida com essa observação. Como assim? Eu abrindo meu coração e expondo minhas nobres intenções e é assim que ela vê as coisas?!? However, eu confio deveras na psico a ponto de saber que ela pode estar vendo (as chances são altíssimas!) algo que eu não queira enxergar. Anyway, passei o resto da semana com essa pulga atrás da orelha: "Hum, será isso prepotência mesmo?"

No fundo, eu sei que sou movida por bons motivos. Mas, será que o fato de achar que posso solucionar assim os problemas alheios não é ser prepotente? Não preciso dizer que não precisei pensar tanto assim pra chegar na conclusão que, sim, é prepotência mesmo.

Mas as coisas não terminam aí. Em outra ocasião, escutei um amigo demonstrar uma certa ignorância no que seria ético ou não. Fiquei um pouco decepcionada pensando "Nossa, como o João pode ter uma idéia (ainda não me acostumei a tirar o acento dessa palavra) tão rasa de ética?". Mais uma vez, pensei em como eu poderia ajudar o João a elevar os conceitos e entender que é possível agir de forma diferente? Me pus a procurar textos; histórias reais que tratassem do assunto com o intuito de compartilhar com ele. Por algum motivo, desisti.

Hoje, do nada, a questão voltou à minha mente. Por que simplesmente não posso aceitar as pessoas como elas são? Não é a D.Prepotência dando as caras de novo me levando a me achar melhor que os outros? Quantas pessoas já não tiveram a mesma sensação sobre mim quando eu demonstrei algum tipo de ignorância? E quantas continuaram me amando mesmo assim? Muitas. A começar por meus pais, meu irmão, meus amigos, meus mestres....muita gente. E o que me impede de agir da mesma forma com os outros? Nada. Pode parecer óbvio, mas acredito que a ficha caiu de verdade dessa vez. Really. É como se dessa vez a idéia se concretizasse numa ficha de verdade e caísse na minha frente fazendo plim-plim-plim!

Ah, claro. Não desisti de ajudar os amigos. Mas acho que faz total sentido baixar minha bolinha e agir com mais humildade. E que o ideal é que "sejamos a mudança que queremos ver no mundo". Além de pedir paz, que sejamos mais pacientes. Se quisermos mais gentileza, que sejamos mais gentis. Se queremos mais justiça, honestidade, respeito, etc, que comecemos nós mesmos a exercitar esses ideais. And so on...

...eu ainda acredito no poder se uma só andorinha....

See ya!

2 comentários:

Luciano Freire disse...

Rsrs fui confrontado com a mesma coisa. Eu sempre acho que tenho uma solução para tudo e todos, todo na mairo boa vontade, mas no trabalho de levantamento de meus defeitos apareceu o "Se achar melhor que os outros". Fiquei assustado... mas pensando bem, quando me proponho a ajudar os outros, acabo passando essa impressão.
Aceitar é o caminho, e claro, devemos ajudar, desde que o outro esteja disposto a tal.
A vida na Terra é um grande aprendizado. Haja carma para purificar.
Vou comprar aquela lambreta e ficar dando várias volta os redor das estopas para me encher de mérito ahahahah.

cheers

Hugo disse...

Ok, entendi o ponto de vista, mas por outro lado, é preferível mesmo deixar coisas ruins acontecerem? De um lado, a minha prepotência... do outro a minha omissão... O que fazer? o que é pior? Em alguns casos, qdo uma pessoa nos vê como prepotente, podemos ver nela o orgulho ferido, a vergonha de ter sido ajudada, de se sentir inferior à outra... Sei lá, há casos e casos, precisamos sempre aprender como lidar com as pessoas, mas eu n vejo erro em querer ajudar, vejo erro em apenas achar melhor e tentar propagar isso pelo mundo...