quinta-feira, 23 de julho de 2009

Meu (nosso) primeiro jogo! :-)



Redefinindo: meu, do Hugo e da Glau!!! Desde que cheguei a POA tinha curiosidade de assistir a uma partida de futebol. Er, e não podia ser qualquer uma. Queria ir para um jogo do Inter. É bem verdade que podia ter ido em outros jogos mais "auspiciosos"...whatever...

Na verdade o convite partiu do Hugo, que é são-paulino e queria ir ao jogo na quarta. Só não tinha certeza se ia na torcida do São Paulo ou do Inter (por questão de sobrevivência). Eu disse que iria, mas ia torcer pelo Inter. Convidamos a Glau e ela se empolgou também. O bom é que assim matei dois coelhos com uma "caixa d'água" só. Se tivesse ido só com a Glau, ia escutar chororô do Hugo. Se fosse só com o Hugo, ia ter nhém-nhém-nhém da Glau. É duro ser er...hum...querida! :-P

Então tá! O Hugo decidiu (sabiamente) ir na torcida do Inter. E olhem só o flagra!!! Uma imagem vale mais do que 1000 palavras!


Ah, claro! Na entrada já paguei meu micão. Subindo a rampa, vi um soldadinho revistando as pessoas - os homens na verdade. Mas, claro, nem me liguei. Como tinha um monte de apetrecho dentro da roupa, fui caminhando na direção do soldado e já abrindo o casaco (fazendo "stripití"). Parei na frente do soldado de braço aberto, e o mesmo todo errado murmurou alguma coisa que eu não entendi. Daí eu fui mais solícita e já ia ficando pelada (exagero), quando ele falou "Senhora, pode passar!". Claro que fiquei super frustrada. Primeiro porque ele me chamou de "senhora" (como assim, e o meu sorriso metálico? e as minhas espinhas juvenis?), segundo porque eu queria ser revistadaaaawwwnnnnn (brincadeira, morequinho). Ah, e claro que a Glau vinha atrás se "espocando" de rir de mim! Humpf...

No estádio, eu e Glau começamos meio tímidas. Só repetíamos os movimentos dos outros torcedores. Apesar de ser um momento "máxico" da vida (pow, eu só via isso pela TV lá em Manauuuussshhhh), não enxergávamos quase nada. Digo, só víamos uns bonequinhos lá no meio e não sabíamos quem era quem. Na verdade só decorei o tal Guinazu, porque ele é careca. Em meio a empolgação, compramos nossos gorrinhos do Inter. Eu e a Glau, né? O Hugo não chegou a tanto...hhehehehe...



Como éramos torcedoras principiantes, saímos imitando tudo que a torcida fazia. Sendo assim, aplaudimos uns jogadores que nunca tínhamos visto, vaiamos o "tégnico" do Inter e o time do São Paulo. Mas pra mim o mais non-sense foi quando começaram a chamar alguém de burro. Eu, claro, fui na onda, mas achava que tava xingando o juiz. Só lá pelo décimo "Burro" fui perceber que tava xingando o técnico. Que horror!!!!

Mas, foi legal! Pretendo ir outras vezes... e Inter, por amor de quáquáquá, vê se ganha dessa vez!

Fui!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Relendo histórias....

Por volta dos 9 ou 10 anos de idade era comum que eu acompanhasse minha avó durante o trabalho dela. Ela trabalhava como doméstica em algumas casas da vila de Trombetas. Pra chegar lá, íamos de canoa pois não morávamos na vila. Nossa casa ficava em outra vila, do outro lado do rio, chamada Beiradão. Os habitantes dessa vila onde morávamos eram, em sua grande maioria, negros (como eu).

A vida no Beiradão era mais complicada. Não tínhamos luz eletrética nem outras facilidades da vila. Mas podíamos estudar na escola da vila junto com os filhos dos funcionários. E para ir pra escola também íamos de canoa. Ou então, dependíamos de um transporte que a empresa da vila disponibilizava que funcionava uma três vezes por dia. Resumindo, éramos um grupo à parte da cidade, o povo do "Beiradão".

Dentre as casa que minha avó atendia, uma em especial me marcou. Não a casa em si, mas uma das crianças da casa. Era uma menina uns 02 ou 03 anos mais nova do que eu. Como eu, ela também estudava na escola, mas sempre nas turmas A. Enquanto minha avó trabalhava não me sobrava nada pra fazer a não ser me sentar em uma das cadeiras da sala e ficar lá, estática, vendo o tempo passar.

Normalmente, enquanto eu ficava no canto observando o movimento da casa, a menina ia para uma das janelas pentear os cabelos. Os cabelos dela eram lindos, volumosos, lisos. Ela penteava a perder as contas. E enquanto fazia isso nunca sequer me dirigiu o olhar. Eu era invisível no canto da sala. Vez por outra ela cansava e ia pro quarto brincar sozinha ou então saía para brincar com outros amigos da rua.

A mulecada daquela rua sabia se divertir. Brincavam muito; corriam, pulavam, se escondiam, gritavam, enquanto eu continuava na sala. Não me lembro de ser convidada para brincar com eles também. O convite tinha que partir deles. Só assim minha avó me permitiria sair. Eu ir lá fora e me apresentar pra brincar -sem ser convidada- seria impensável. Eu sabia o meu lugar.

Quantas vezes essas cenas se repetiram? Eu admirando a menina pentear os cabelos. Ela nunca me enxergando. Ela indo embora fazer outra coisas e eu no meu canto. Que pensamentos eu tinha? Basicamente revolta. Ela tinha uma casa bonita, cabelos bonitos (meu cabelo além de não ser liso se encaixava naquele tipo de cabelo seco, duro, ruim, sem forma), se divertia e nunca me olhava. Nem quando a mãe dela colocava o lanche da tarde pra mim e minha avó ela parecia querer sentar-se a mesa com a gente. Por que ela nunca me chamou pra brincar? Por que ela preferia ficar sozinha com seus brinquedos no quarto do que brincar de qualquer coisa comigo?

Com o tempo minha admiração pela cena se tornou raiva. Se eu pudesse queimava aqueles cabelos. Partia a cara dela e todos os seus brinquedos. Se eu pudesse nunca mais queria ver aquela menina na janela de novo, penteando aquele cabelo sem parar. Se achando linda, coitada...

Certo dia, enquanto voltava da escola com minha amigas, eu avistei a menina e as amigas dela do outro lado da rua indo pra escola também. Quando nossos caminhos se cruzaram, a raiva que eu sentia era tanta que tudo que conseguia fazer era gritar xingamentos pra ela. E a dissimulada, primeiro agiu como se não entendesse nada, depois começou a rir. Eu era bem maior do que ela. Podia quebrar aquela cara naquele momento. Só queria um pretexto. Gritei: "Lá vai aquela Lúcia*! Fica se penteando todo dia na janela se achando linda! Ah, tudo que eu quero é que ela diga que me acha feia pra eu atravessar essa rua e meter a mão na cara dela!" Pra meu espanto, ela riu e debochada falou "Mas tu é feia mesmo!". Ódio, ódio, ódio! Era tudo que eu queria. Quando me preparava pra atravessar a rua percebi o plano da covarde. Uma voz de adulto gritou pra mim "Ô menina, te manca! Olha o teu tamanho! Se tu encostar em um fio de cabelo da Lúcia tu vai ter que se ver comigo!"

A falsa tinha visto a vizinha dela vindo à distância e então, por isso, tomou coragem pra me dizer o que disse e correu em seguida pedindo socorro da adulta. Covarde! Tive que engolir em seco o abuso. A hora dela ia chegar...

Depois disso, a mãe dela contou tudo pra minha avó. E essa brigou comigo insistindo que a Lúcia era uma boa menina e que eu não podia prejudicar o trabalho dela por causa da minha inveja. Pra terminar, jogou um balde de água fria no meu plano de me vingar durante uma das visitas que eu faria à casa dela porque daquele dia em diante eu não ia mais poder acompanhar minha avó; pelo menos quando ela fosse naquela casa.

Desse dia em diante não me lembro de ter visto a menina de novo. Ou ela não me viu, como nunca tinha visto antes. A não ser naquela tarde em que eu quase me vinguei. Voltei a ser invisível pra ela, como sempre fui. Racismo era a palavra. A única explicação para ela nunca ter me chamado pra brincar.

Poderíamos ter sido amigas...

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A Lúcia, na verdade era eu. Não quis me identificar antes porque queria saber como os leitores se sentiriam lendo a estória da menina que numa tarde qualquer de verão quase me arrebenta "a fuça"(com razão), pela visão dela. Na verdade eu tentei recriar a história pela ótica dela. A minha eu já sei. Estava na janela, penteando os cabelos.

Esses dias, não sei porquê, a história dessa menina me veio à cabeça. E eu não canso de me perguntar: por que eu nunca a chamei pra brincar?

Poderíamos ter sido amigas...

Pretendo fazer esse exercício mais vezes. Tentar me por no lugar daquelas pessoas que magoei (mesmo que involuntariamente). O ruim é que vocês já vão saber desde o início quem é a bruxa. :-)

Inté!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Causos da vida real...

Para fim de preservar a verdadeira "indentidade" dos envolvidos nesse causo, usarei nomes fictícios.

Hoje no almoço, presenciei, junto com outros colegas de trabalho o diálogo a seguir. Estávamos tendo uma conversa deveras agradável sobre vermes, lombrigas, tapurus e coisas semelhantes. Assunto deveras auspicioso para se ter na hora do almoço como todos devem saber.

Eu - Pois é, tem a tal da "kenia" do peixe, que tu pega se a carne tiver crua...
Alfredo - Bah, e sabe essas frutas que tu pega direto do pé? Tenho o maior nojo! Aquilo tudo é cheio desses bichos! O meu pai pegava direto da árvore e enfiava na boca. Comia tudo e dizia assim "Ah, é só tu não olhar que não dá nada!"
Everybody - Eeeew!!!!....Hahahahahaha....Eeeewww....Hahahahahaha < é difícil transcrever o misto de sentimentos. :-P

No meio das caras do nojo misturadas às risadas o Juca dispara:

Juca - É mais teu pai tá vivo, não tá?
Alfredo - Não.
Everybody - Hahahahahahaha.... (eu ri porque já sabia do acontecido e que tinha sido de forma cômica)
Juca - Pô cara, foi mal. Eu não sabia. Desculpa.
Eu - Tem nada não. O pai dele morreu "filiz"!
Juca - Ah é? Como teu pai morreu?
Alfredo - Ele morreu fazendo "aquilo". - Na verdade ele fez aquele gesto característico com a mãos e deu um assovio, o que levou todo mundo a gargalhar de novo.

Enquanto nos recuperávamos do esforço abdominal enorme causado pelas risadas, dessa vez foi a Pedra (lê-se Pêdra*) que disse:

Pedra - Hahahahahaha...coitada da tua mãe então!!!! Hahahahahaha...
Alfredo - Ele não tava com ela!
Pedra e Juca - !!!!! (provavelmente com medo até que a respiração deles pudesse levar a conversa para um rumo pior ainda)
Everybody - Hahahahahahaha... (eu ri mais ainda porque também sabia dessa parte da história...)
Alfredo - Cara, se fosse outra situação eu já ia sair daqui chorando depois dessa...

Explicando melhor, o pai do Alfredo morreu "com um sorriso na cara" com outra mulher, que não era a mãe do Alfredo, porque nessa época ambos já estavam separados "de si mesmos a si próprios". Mas que essa história deu uma confusão e ótimas risadas hoje, isso deu!

* Sempre tive vontade de usar como exemplo esse nome Pedra. :-)

Feliz dia do amigo!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Julho...

Er... então... coisas estão acontecendo, mas misteriosamente só vou voltar a postar dos vera a partir da semana que vem.

Muito trabalho, estudo, prigui...tudo junto. Mas eu vorto!

Inté!