sábado, 20 de fevereiro de 2010

O jeitinho brasileiro e suas consequências

Não me recordo se falei aqui de uma experiência bem "surreal" que ti na última (e única hehehhe) vez que estive nos EUA. De qualquer forma, lá vai.

Comprei meu DS em 2007 na Circuit City. No mesmo dia, metidinha que sou, aproveitei pra comprar uma capa toda "tchananan" e mais umas canetinhas e tudo que tinha direito para poder jogar com meu DS "rósio". Quando cheguei no apê e fui colocar o DS na capa nova, percebi que ele não encaixava. A capa era menor. Parando para ler as especificações (coisa que deveria ter feito na loja) vi que a capa era para um modeo diferente do meu. Well, ia ter que comprar outra, pensei. Mas um colega de apartamento disse que eu devia guardar e levar de volta na loja que eles trocariam por outra sem problemas. "Aham...", pensei.

Por via das dúvidas guardei tudo e tentei organizar as coisas de volta na embalagem (já "arrombada") da mesma forma como era mostrado no papel da mesma. Tomei cuidado de colocar até as canetinhas na mesma ordem e cor que apareciam no encarte.

Umas duas semanas depois, meio que sem fé, voltamos à loja. Eu já tinha todo o discurso decorado e explicativo sobre a troca. Cheguei com a atendente e comecei "Hi, I bought this here and wanted to exchange for another because...", "OK." a atendente me interrompeu. Eu, "Hein? Será que ela entendeu?". E eu "So, I'd like to...", "Ok, go ahead." me disse ela enquanto pegava o pacote da minha mão sem nem olhar dentro e jogando de lado em outra caixa e apontava para mim em direção ao corredor das capas. E eu então, "Ok. Thanks."

A capinha que escolhi era "rósia" para combinar com o DS. Só tinha um porém, era $5 mais barata que a outra. Então dei uma olhada no que eu poderia levar nesse valor caso fosse necessário também. Outro conjunto de canetinhas talvez.

Entreguei a capa nova para a atendente que, sem dizer nada, fez a nota de troca e me deu os $5 de volta com um "Thanks. Come back soon!".

Eu, meio que abobalhada voltei pra casa pensativa. Pensativa nos "anos luz" que nos separavam no Brasil desse tipo de atendimento.

Tempos depois, no Rio de Janeiro, comprei um DVD da Sarah Brightman na Americanas. Me arrependi amargamente. Apesar de gostar muito das músicas, os clips era o "ó do borogodó". Toscos demais. Pra minha sorte, lá pela música 12 o DVD travou. Tentei passar a música outras vezes mas sempre travava. Feliz da vida pensei que era uma boa desculpa para trocá-lo.

Lá fui eu com a notinha e o DVD em mãos (no dia seguinte po medo de que houvesse um prazo de tolerância). Ao chegar na loja me passaram para uma mocinha que não sabia mexer em aparelhos de DVD. Legal. Sim, porque eu tinha que provar que o defeito existia para poder trocar. Expliquei para ela que a faixa 12, no encarte do DVD, tinha um problema. Sempre travava. Porém, a faixa 12 do encarte não correspondia à faixa 12 do DVD porque depois antes de cada clip sempre tinha uma entrevista com a cantora. Logo, a faixa 12 do encarte estaria além da 18 no aparelho de DVD. A menina não entendia porque ela colocava na 12 no aparelho e funcionava perfeitamente, outro clip é claro. Eu tentei fazer ela entender pelo nome da música. "Olha, quero que tu coloques essa música aqui." e ela não sabia nem passar de faixa. Depois de muitas tentatvivas, outro atendente chegou e pôs a faixa certa que realmente travava. Tentou mais umas vezes e após certificar-se que estava com problema me liberou para escolher outro na loja. Outro DVD escolhido, no mesmo valor para evitar qualquer contratempo, ainda tive que preencher uma ficha tipo um termo de responsabilidade onde dava meu endereço, ID e assinava embaixo dos motivos da troca.

Também voltei pensativa pra casa nesse dia. Não estava revoltada. Pensei apenas que esse era o preço a se pagar pelo comportamento nada confiável do brasileiro. Conheci pessoas que abusavam do período de tolerância para trocas que a Bemol dava para levar o CD pra casa, gravar e depois trocar por outro na loja, alegando que não tinham gostado do anterior. Aí complica, né?

E por quê essa história me veio à mente de novo? Porque essa semana, na quinta-feira, eu comprei o mangá que acompanho. No mesmo dia o Hugo me "surpreendeu" com o mesmo mangá. Como ele tinha me escutado falar inúmeras vezes que estava na expectativa do número desse mês, ele foi lá e comprou. E ainda comprou o número anterior porque eu erroneamente confundi os números. Ou seja, tenho dois mangás repetidos agora. Vou voltar na loja de mangá e tentar trocar pelos próximos 02 números. Uma vez que já deixei pelo menos R$150,00 em mangás lá, imagino que não vá ter problemas. Porém, estou preparada para uma negativa. Vou levar os 04 mangás para provar que não estou agindo de má fé. Mas, se não toparem, tudo bem. Faz parrrte... Mas é sad, não é?

Fui!

2 comentários:

Bia disse...

Oi Marcy!!

Por curiosidade que manga é esse?

O atendimento aqui no Japão é impressionante tb. O cliente é considerado um rei, sempre tem razão. Por causa disso, as pessoas mais "espertas" se aproveitam. Uma vez fomos viajar p o sul e esquecemos em casa o tripé. Compramos um novo e no mesmo dia o meu marido deixou cair no chão e quebrou. Voltamos no mesmo dia para a loja e alegamos que o tripé já veio quebrado. O atendente pediu mil desculpas e além de trocar o tripé quebrado trocamos por outro melhor (claro, pagamos a diferença).

beijos
ps.: Gostei do visual! Sou suspeita, gosto mais de cabelo curto.

Bianca

Hugo disse...

Pois é, eu já imagino que os dois mangás comprados poderão ser convertidos em um novo... :( e eu concordo contigo, a "culpa é nossa", de nós brasileiros...