domingo, 21 de setembro de 2008

Passeio estronho...

Hoje fizemos uma mega-almoço pros amigos: picanha invertida (ou pervertida, na cabeça da Glau) e feijão. Eu "fazi" a picanha e o Hugo o feijão, arroz e farofa de cenoura. Vieram: Claudinha e Rodrigo, Kenia e Thiago, Gui e Ka, Claudia e Camila (primas do Hugo) e Luciane que é colega de trabalho da Camila. Como sobrou bem pouco, creio que estava tudo muito bom! Mas tava "tom bom" mesmo que até a Ka comeu. Num cridita? Clica na fotinha pra ver o zoom!

Depois do almoço e quando todos os carapanãs tinham voado bem gordinhos* a Glau nos chamou (eu e Hugo) pra dar uma voltinha por Ipanema. No caminho, mudamos de idéia e fomos ao museu Iberê Camargo. E aí que tudo começou. Logo no quarto andar, enquanto íamos a caminho da primeira exposição eu pergunto:

- Quem é Iberê Camargo?
- Não sei. - A bocó responde.
- Eu só sei que ali onde li Jorge Guinle lembrei da Guilhermina Guinle da novela...

No início da exposição tinha um painel explicando sobre a vida do artista. Assim fiquei sabendo que o Jorge Guinle era um artista que já tinha morrido. Ok.

Na primeira sala já vi que aquilo ali num era pra mim. Na boa, não consigo captar arte moderna. É demais pro meu cabeção. Um monte de tela manchada que me lembram meus rabiscos que não dão certo e eu jogo no lixo. Olhei as telas de vários jeitos, tentei abrir a mente. Não dá. Desisti e comecei a "cortar" as telas com a Glau:

- Bocó, qual a diferença dessa tela praquela outra ali? Tu entende? - A Glau pergunta.
- Então, pra mim nenhuma. Acho que se a gente por brincadeira começasse a trocar todas as legendas aqui nem eles iam saber. - Euzinha com toda a minha sapiência.

E nessa hora percebemos que o vigia tinha algum problema com alguma de nós. O cara nos seguia direto. Achei que ele desconfiava que podíamos empacotar uma das telas e colocar na bolsa. Mas depois a Glau percebeu que ele não tirava os olhos do meu tênis. A única explicação que achei pra isso é que eles eram da "coleção passada" e tem muita gente que dá bola pra isso.
Ao descermos para o terceiro andar vimos uma imagem que valia uma foto: a vista da janela pro Guaíba. Registrado. Seguimos para mais um andar onde não entedi bulhufas. Fomos então para o segundo onde vimos outra janela bonita no caminho e paramos pra uma fotinha.

Aliás, concluímos que as coisas mais bacanas do museu são as janelas (peeeensa em analfabetos em arte moderna). Fiquei bem feliz quando da rampa do segundo andar já avistei uns quadros de figura humanas. "Opa, isso aí dá pra entender!". Era a seção do Iberê Camargo. Li um pouquinho mas não entendi muita coisa do que o painel dizia, a não ser que tinham várias obras sobre o corpo. Well, well, menos mal. Mas minha cabeça foi feita pra coisas mais facinhas tipo paisagens, bailarinas, cavalos selvagens, coisas bem "mamão com açúcar' mesmo. Então não gostei muito das pessoas borradas, manchadas e tortas nas telas (já falei que sou analfabeta artística, né?). Foi aí que vi os rascunhos do cara. Ignorante que sou fiquei surpresa ao ver que ele desenhava super bem. Pensei que as telas tortas e borradas era desculpa por não saber fazer as formas certinhas. Vi um quadro onde estavam expostos 03 rascunhos e a obra final. Na boa, preferi 1000 vezes a os rascunhos. Andei mais um pouco, vi uns desenhos de mulher pelada que nem os que fazia na escola no Rio de Janeiro e um pornô que deixou a Glau chocada:

- Bocó, ali tem um desenho de uma mulher arreganhada! - Disse a Glau horrorizada.
- É menina, acho que isso aí ele desenhou na carteira quando estava no 2 grau. - Concluí.

Depois de ver mais rascunhos não puder evitar pensar "Putz, o cara desenha tão bem. Por que fica fazendo aquelas coisas toscas ali fora?"

Seguimos então pro térreo. E nessa hora creio que meu analfabetismo pras artes estava patente pois mal chegamos na lojinha e aí começou a coisa mais estranha/engraçada/maluca da noite. Seguinte, estávamos eu e Hugo olhando os trecos na prateleiras e comentando quando alguém do nosso lado falou algo tipo "mmmhumpfmmmmmarginalmmhumpf" e se virou na outra direção. Olhei e vi que era um homem e ele tinha ido em direção à prateleira onde tinha uma bonequinha da Madonna e eu fui atrás pra olhar. Quando cheguei mais perto, vi que ele me olhava pelo canto do olho e resmungava alguma coisa muito contrariado. Fiquei meio sem ação e me afastei um pouco. E o cara continuava me olhando com olhar "reprovativo" e foi nessa hora que a Kate Lúcia dentro de mim começou a aflorar. É mano, 15 anos de Alvorada não se apagam assim facilmente. Fiquei ali remoendo se ia lá tirar satisfação com o cara ou se deixava passar porque ia ser um barraco num lugar muito cool. Mas estava decidida a ir "frescar" (tem coisa mais galerosa que essa?) um pouquinho com o cara antes de sair. Tirei uma foto do Hugo com a capa de um livro sobre o Che. Olha a semelhança:
Assim que terminei comentei com ele que achava que o cara tinha um problema... e que era com nós dois. Aí então a Glau chegou e eu comentei com ela o ocorrido. Ela então sugeriu que eu voltasse lá pra ela ver como o cara reagiria. E eu voltei. Fui chegando perto, mais perto e o cara começou a bufar. Parecia um personagem de novela mexicana, olhava pra mim pelo canto do olho e resmungava, virava a cara. A Glau então, pra por mais lenha na fogueira falou do outro lado da sala:

- Bocó, olha esse livro de fotografia aí. - Apontando em direção a um livro que ficava em frente de onde o homem estava.
- Hã, qual? Ah, esse aqui... - e estendi a mão pra pegar o livro.

O cara então saiu bufando, resmungando indignado e segundo o Hugo ele estava tremendo. A Glau e Hugo chegaram perto então e aí começamos a rir da situação. Cara, pensa numa coisa maluca! Totalmente non sense. Ainda tentei entender depois o que fez ele ficar tão indignado com a minha (ou nossa, poque ele também resmungou pro Hugo)presença: será que o cheiro de alho ainda não tinha saído das minhas mãos (resultado da picanha pervetida), será que estava mal vestida ou será que era minha pele neguinha? Cheiro de alho, duvido. Mal vestida, creio que não porque o cara estava tão informal quanto eu. Neguinha, talvez... Mas concluímos que o cara não batia muito bem da cabeça mesmo e estava "fora da casinha". De qualquer forma é bem estronho quando você é objeto de preconceito...whatever, crazy people!

Fui!
Carapanã: é como se diz mosquito lá em Manaus e tem o ditado, muito sábio, assim: Carapanã encheu, voou!

10 comentários:

Anônimo disse...

Bocó, foi engraçado o cara dando chilique.. mas enfim.. o passeio foi legal :-).. é também confirmei que não curto arte moderna :P

Glau

Anônimo disse...

Caraca! olhando agora pra foto com o livro do Che, só faltou a boina :D

E o cara sem-noção?? Tremia e resmungava! O cara devia estar noiado, e nós éramos o pesadelo dele em carne e osso! :P

Anônimo disse...

Ah!!!! Ia esquecendo:

"Cacau, acabei!!!!!"

:-)))))

Anônimo disse...

Marcy, teu passado de alvorada te condena!!! :P Ri muito lendo esse post.

D. Huga descobre que seu nome é D. Huga...

Uma colega aqui da FPF pediu (pro Jorrge) o número da D. Huga para fazer uma reserva. Ela então ligou:
Colega: É da D. Huga?
D. Huga: D. Huga?!?!
Colega: Sim, é do restaurante da D. Huga?
D. Huga: D. Huga... Sei....D. Huga

Quase morremos de rir quando nossa colega veio nos perguntar qual era o nome da senhara do restaurante. :D:D:D

PS.: Post abaixo...qual são as novas das japinhas? :P

Lembranças pra todos aih no sullll!!!

Beijos proces!!!

Ellen

Marcy disse...

Hahahaha... minha sogrinha só não pode saber que fui eu quem inventou esse apelido! :-P

Anônimo disse...

Má Má Márci!! >:(
Se aproveitando-se da minha nobreza...!!
Meu prato tinha um belo OvO preparado especialmente pra miiiim pelo mestre de cozinha sr. seu Rocambole!
Aquele pratiiiinho na minha mão não era meu!! Como sou uma namorada muuuuuito muuuito dedicada eu fui clicada qdo estava fazendo o prato do Guiii! A uuuunica coisa q posso afirmar dessa picanha pervertida é q estava com cheiro mooooito moooito bom!! Já pode casar! :P

Kbleh

Luciano Freire disse...

Ai galera... como faz falta almoçar com vcs... aqui eu jah comecei a implantar essa rotina aqui com a galera daki. Onde voh morar tem um monte de gente do trampo tb, ai vai ser lecal reunir a galera no findi p comer... mas q vcs fazem falta demais ai fazer.
Hahahaha, esse tipo de presepada soh acontece com a marcy... lembrei duma doida q te xingu no busu no rio, ahahahahaha... ou entaum deve ser tua kra de galerosa da alvorada.
Ah, a fota do hugo ficou bem transcedental!

cheers

Luciano Freire disse...

Ai galera... como faz falta almoçar com vcs... aqui eu jah comecei a implantar essa rotina aqui com a galera daki. Onde voh morar tem um monte de gente do trampo tb, ai vai ser lecal reunir a galera no findi p comer... mas q vcs fazem falta demais ai fazer.
Hahahaha, esse tipo de presepada soh acontece com a marcy... lembrei duma doida q te xingu no busu no rio, ahahahahaha... ou entaum deve ser tua kra de galerosa da alvorada.
Ah, a fota do hugo ficou bem transcedental!

cheers

Luciano Freire disse...

Ai galera... como faz falta almoçar com vcs... aqui eu jah comecei a implantar essa rotina aqui com a galera daki. Onde voh morar tem um monte de gente do trampo tb, ai vai ser lecal reunir a galera no findi p comer... mas q vcs fazem falta demais ai fazer.
Hahahaha, esse tipo de presepada soh acontece com a marcy... lembrei duma doida q te xingu no busu no rio, ahahahahaha... ou entaum deve ser tua kra de galerosa da alvorada.
Ah, a fota do hugo ficou bem transcedental!

cheers

Athos Cardoso disse...

Fica claro que, com relação a sua visita à galeria de Arte, sua verve apreciadora de arte pós-contemporânea-moderna nasceu embotada: quem não saberia, em sã consciência, que o Iberê representa um dos maiores exponeciais do pós-modernismo, com sua cultura marginal, que muito assemelha-se à arte pop de Andy Warhol, com um esgar de brilhantismo superlativamente superior no que tange ao traçado dúbio com que constrói (e desconstrói: por que não dizê-lo?!, em um sentido lato e dinâmico?!!) a compreensão de visão de homem e mundo modernos nos fazendo sempre questionar e, melhor, resignificar nos signos cotidianos de forma a tentar entender esse eterno devir que é viver a natureza humana?!! (AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAH!!!!!!) Obs: a diferença de arte moderna para um "cú" e que este último ainda tem utilidade!! Ouve "Bienal" do Zeca Baleiro e tu vais entender!! Grande abraço maninha e amigos! Aguardem-me em dezembro!!