sábado, 10 de fevereiro de 2007

Conversa inútil

Agora que estou longe de casa estou sentindo na pele o stress que é conviver com costumes diferentes. De fato, até onde me recordo, nunca fui de dar muita trela para o que é certo ou errado na nossa língua portuguesa quando se trata de expressõs regionais. Na verdade, acho muito bacana essa mistura doida que conheci mais a fundo depois de trabalhar na FPF. Com gente vindo de tanto lugar era bem divertido aquelas situações em que se aprendia uma forma nova de se referir a alguma coisa velha. Tá, confesso que têm alguns sotaques de que não sou muita fã - chegam até a me irritar um pouco- mas vive-se assim mesmo.
Porém, nunca me vi tão envolvida em discussões sobre quem fala certo ou errado, que no sul é assim, assado, que "lá pra cima" é tudo Bahia (santa ignorância!). Mas o pior de tudo é ver gente que nunca pôs os pés "lá em cima" e fala dio assunto (ou tenta) com tanta propriedade que parece até que morou lá por anos. O que uma minissérie "Amazônia" num faz pela cultura brasileira (ei, eu gosto e assisto sempre que posso para matar a saudade do Teatro Amazonas).
Mas é um saco ter que escutar "O certo é negrinho não brigadeiro! Num é macacheira é aipim! Torrada não, misto! Carapanã?!?Blá blá blá!". Ah, faça-me o favor. Vamos aprender a lidar com as diferenças. É, é assunto batido mesmo. Mas pouca gente aprende. Pra quem me conhece posso dizer que falta pouco pra soltar a célebre "Teu brioco!" pro próximo que vier encher meu saco. Ha ha, mais uma palavrinha pros dicionários daqui "de baixo".
É válido ressaltar que não são todos que são assim e mais, que não me refiro somente ao povo da terra que moro agora. Me refiro às pessoas em geral. Graças a deus eu encontro pessoas que já viveram em outros lugares e têm a mente mais aberta e num dão muita trela pra essa discussão mané. E num é que "gastei" um post nisso?! Ai, mas eu tava sem paciência já...
Meus queridos amigos que foram ou são estrangeiros em Manaus, digam com sinceridade se eu os fiz sofrer tentando impor nosso jeito manauara de ser. Se vocês forem mal-criados eu deleto o comentário, hein?! Isso não é uma democracia! Olha já...
P.S: são 03:30h e acabei de receber minha alforria. Fui!

9 comentários:

Anônimo disse...

Eh Marcy, nao sei pq estahs tao controlada... hehehehehe

Unknown disse...

hehehe...Vc tah muito comportada Marcinha! Naum liga p povo aih de baixo naum! :D Saudades. Beijos!

Tiemi disse...

Hehehe, finalmente começaram a reclamar daí hein. Tava demorando :P É impossível que por aí só tivesse coisas boas, hehehe, nenhum lugar é perfeito.
Quanto a vc ter tentando impor o jeito manaura de ser....acho que vc tentou um pouco sim mas respeitando os limites. Sei que devia ser horrível pra vcs ouvirem pessoas de fora chegando, "roubando" o emprego do pessoal daqui e ainda criticando os costumes e a maneira de falar de vcs. Mas agora vc tá vendo como a diferença cultural é grande né, não que vc não soubesse mas quando a gente sente na pele é diferente. Não perca tempo se irritando com essas coisas não, daqui a pouco passa e vc acostuma, logo logo vai estar chamando macacheira de aipim, falando tchê e chamando as meninas de guria ao invéz de chama-las de maninha :P
Bom, acho que já escrevi demais pra um comentário.
Beijos,

Marcy disse...

Ai Ke,
Tá maluca?!?! Mas quando já eu vou trocar minha "macacheira" por "aipim"? Bah!
:oP

gretchen disse...

"Bah"?

gretchen disse...

Assim não dá né? Quando está em Manaus, tentam te convencer de que bombom é bala, e só bala, nada mais que bala. Quando vai pra lá, também?
A saída? Talvez seja ser superior e dançar conforme a música, usando o jeito local de falar. Exerça a "solidariedade linguística" (sim, eu li A Língua de Eulália).

Tiemi disse...

Hahaha, eu não quis dizer pra vc começar a falar aipim não bocó, o que eu quis dizer é que quando vc menos espera já tá falando assim. Não tem jeito, de tanto ouvir os outros a gente acaba acostumando. Hj em dia eu já falo macacheira ao inves de mandioca, carapanã, bora lá, osga...entre outras coisas. Ainda chamo bala de bala e não de bombom, mas tb não tem como a gente mudar totalmente né, nem quero.

Marcy disse...

Solidariedade lingüística... essa é nova (pra mim, pessoa inculta :oP). Vou pensar a respeito.
:o)

Morganah disse...

É, miga... ainda bem q nóis é adaptável, né? :P

Mas ninguem merece ficar de madrugada consertando cagada... mesmo q seja nossa... oppsss... cagada pode?? :D

Beijo enorme!